Desde os primórdios da humanidade, as mulheres têm ocupado um lugar central na Criação de DEUS, desempenhando papéis fundamentais na construção, manutenção e evolução da sociedade. O feminino, dotado de características únicas, complementa o masculino de forma essencial, refletindo a harmonia e o equilíbrio que permeiam a Criação. No entanto, ao longo da história, as mulheres enfrentaram grandes desafios para serem reconhecidas e valorizadas em sua totalidade, lutando contra o machismo, a desigualdade e a violência. Ainda assim, sua força, resiliência e sabedoria têm deixado uma marca indelével no mundo.
A própria divisão entre masculino e feminino é parte da Criação Divina, uma divisão que reflete a dualidade necessária ao equilíbrio do universo. No relato da criação de Adão e Eva, presente em textos judaico-cristãos, vemos que a mulher foi criada como companheira, uma parceira à altura do homem. Mas essa narrativa muitas vezes é mal compreendida, reforçando uma suposta subordinação da mulher ao homem, quando na verdade ela enfatiza a igualdade e a complementaridade dos dois. DEUS não criou dois homens ou duas mulheres, mas um homem e uma mulher, simbolizando a união e a força de ambos em conjunto. Eva, assim como Adão, foi criada à imagem de DEUS, refletindo que tanto o feminino quanto o masculino são expressões dessa criação perfeita.
Nos textos muçulmanos, encontramos exemplos de mulheres fortes e inspiradoras. Khadija, a primeira esposa de Muhammad (Maomé), foi uma empresária de sucesso, uma mulher influente e respeitada em sua comunidade, e a primeira pessoa a acreditar na missão profética de seu marido. Khadija não apenas apoiou Muhammad espiritualmente, mas também forneceu os recursos financeiros necessários para que ele pudesse dedicar-se à sua missão. Outro exemplo dentro do Islã é Fátima, filha de Muhammad, que é lembrada pela sua devoção, sabedoria e exemplo de vida piedosa, sendo reverenciada por muçulmanos até hoje.
A literatura espírita traz figuras como Joanna de Ângelis, espírito guia de Divaldo Franco, um dos grandes médiuns brasileiros. Ela, ao longo de várias encarnações, teria sido personalidades importantes na história, como Santa Clara de Assis e Joana d'Arc, mostrando sua atuação em diferentes períodos históricos sempre com o propósito de iluminar e ajudar a humanidade a evoluir.
Na tradição judaico-cristã, encontramos Esther, uma mulher de extraordinária coragem e liderança. Esther, uma jovem judia que se tornou rainha da Pérsia, usou sua posição de poder para salvar o povo judeu de um genocídio planejado pelo vilão Hamã. Com sabedoria e estratégia, ela intercedeu junto ao rei Xerxes (ou Assuero), arriscando sua própria vida para proteger seu povo. Sua história é celebrada durante o festival judaico de Purim e continua a inspirar gerações, lembrando-nos que a coragem e a fé podem mudar o curso da história.
Mais próximas em nossa história secular, encontramos inúmeras mulheres que, apesar de todos os obstáculos, contribuíram significativamente para o avanço da ciência, da medicina, das artes e de muitas outras áreas.
Mulheres como Marie Curie, a primeira pessoa a ganhar dois Prêmios Nobel, por suas descobertas no campo da radioatividade, e que quebrou inúmeras barreiras em um campo dominado por homens. Sua dedicação à ciência salvou incontáveis vidas e mudou o rumo da física e da química.
Rosa Parks, uma ativista dos direitos civis americana, recusou-se a ceder seu assento para um homem branco em um ônibus, desafiando o sistema de segregação racial nos Estados Unidos. Sua ação corajosa se tornou um marco no movimento pelos direitos civis, contribuindo diretamente para a luta contra o racismo e a discriminação.
Cris Junqueira, uma das fundadoras do Nubank, transformou o setor bancário brasileiro, trazendo inovação, acessibilidade e uma nova forma de pensar sobre serviços financeiros. Ela se destaca não apenas como líder empresarial, mas também como uma mulher que rompeu as barreiras do mercado financeiro, inspirando outras a seguirem seus passos.
Rachel Maia, ex-CEO da Pandora entre outras grandes empresas, e uma das poucas mulheres negras em cargos de liderança no país e no mundo, é outro exemplo de superação e força. Rachel tem dedicado sua carreira ao empoderamento feminino e à luta pela inclusão e diversidade nas empresas, mostrando que é possível liderar com sensibilidade, competência e humanismo.
Mary Barra, a primeira mulher a ocupar o cargo de CEO da General Motors, é um exemplo de liderança visionária. Ela transformou a indústria automotiva ao focar na inovação, sustentabilidade e no desenvolvimento de veículos elétricos, guiando a empresa para o futuro em um mercado altamente competitivo. Barra é uma defensora da diversidade no ambiente corporativo, incentivando a inclusão e a equidade dentro da General Motors e além.
Ginni Rometty, ex-CEO da IBM, foi uma das mulheres mais influentes no mundo da tecnologia. Durante sua gestão, ela conduziu a empresa através de uma das maiores transformações de sua história, focando em inteligência artificial, computação em nuvem e blockchain. Rometty é reconhecida por sua capacidade de adaptação e visão estratégica, que ajudou a IBM a se manter relevante em um setor de rápida mudança.
Isso sem contar com as milhões, senão bilhões, de heroínas pelo mundo que conduzem seu dia-a-dia de maneira espetacular em meio às suas atribuições.
Porém, embora esses exemplos inspirem, as mulheres ainda enfrentam muitos obstáculos. Dados da ONU Mulheres mostram que, em média, as mulheres no mundo ganham 23% a menos que os homens por trabalhos de igual valor. Além disso, as mulheres representam cerca de 39% da força de trabalho global, mas apenas 27% dos cargos de liderança são ocupados por elas. No Brasil, um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que as mulheres gastam, em média, 10 horas a mais por semana em atividades domésticas do que os homens, o que dificulta ainda mais seu progresso em suas carreiras.
O feminicídio, a violência brutal contra as mulheres pelo simples fato de serem mulheres, é outro problema grave. Segundo dados da ONU, uma em cada três mulheres no mundo já sofreu violência física ou sexual. No Brasil, em 2022, 1.410 mulheres foram vítimas de feminicídio, uma estatística alarmante que expõe o quanto ainda temos que evoluir como sociedade.
O mundo ainda é dominado por uma mentalidade machista e paternalista, que não só exclui as mulheres, como também subestima seu poder e importância. Até mesmo na forma como nos referimos a DEUS, usando o artigo "O", masculino, ignoramos que a divisão entre masculino e feminino é parte da criação divina, não uma característica de DEUS enquanto CRIADOR. DEUS transcende qualquer classificação de gênero, e, portanto, nossa linguagem deve refletir uma compreensão mais ampla de sua essência.
E, quais Seres Evolutivos, somos chamados a reconhecer e corrigir essas desigualdades, buscando a verdadeira unidade e equilíbrio entre masculino e feminino. O princípio da Unidade nos lembra que todos somos filhos do DEUS VIVENTE, e que as habilidades e qualidades existentes no feminino são complementares às do masculino. Não há superioridade de um sobre o outro, mas uma interdependência que, quando respeitada e equilibrada, leva à evolução da humanidade.
O mundo corporativo atual já mostra sinais de mudança, com mais mulheres assumindo cargos de liderança e contribuindo de maneira significativa para a economia global. Mas ainda temos um longo caminho a percorrer. É essencial que sigamos promovendo e discutindo a igualdade de gênero, não apenas como uma questão de direitos, mas como uma necessidade para a evolução da sociedade como um todo.
A riqueza das habilidades femininas — com ênfase à empatia, a capacidade de acolhimento, a visão intuitiva e a sabedoria prática — são fundamentais para o progresso humano. Como humanidade, devemos criar mais espaço para essas habilidades se manifestarem e serem valorizadas. Não podemos nos esquecer que o princípio da Criação não foi de dois homens, mas de um homem e uma mulher em igual proporção. Isso nos ensina que o equilíbrio e a harmonia são essenciais para qualquer progresso verdadeiro.
Logo, a humanidade, se quiser realmente evoluir, deve eliminar o mal da desigualdade e abraçar a equidade. As mulheres, assim como os homens, carregam o potencial dado por DEUS para transformar o mundo. Elas já provaram isso incontáveis vezes ao longo da história, mas precisamos continuar a abrir portas, eliminar fronteiras — sejam elas geográficas, ideológicas ou sociais — para que o feminino possa florescer e contribuir de forma plena para o bem-estar global.
Chegou o momento de olhar para o mundo com uma nova perspectiva. O princípio da Criação e da Unidade nos ensina que somos todos parte de algo maior, e que ao trabalharmos juntos, homens e mulheres, podemos transformar o presente e garantir um futuro mais justo e próspero para todos.
Que ELA/ELE, em toda a SUA plenitude e perfeição, seja contigo e em ti, hoje e em todos os teus dias!
Yedidyah