Ciúme - bom ou ruim?

Ciúme - bom ou ruim?


Ciúme. Existe uma passagem no livro sagrado cristão em que diz que DEUS é ciumento. Então, por analogia, o ciúme é bom. Errado. É errado avançarmos nessa conclusão precipitadamente.

Primeiro, precisamos recorrer à origem etimológica daquilo que nos foi traduzido por ciúme no texto hebraico. Esse ciúme específico refere-se a um grande zelo e cuidado. Abrindo apenas um parêntesis, deste termo hebraico originou-se a palavra em latim “zelumen”, de onde vem a palavra “ciúme” por nós conhecida. Tanto que esse mesmo termo é associado a outras passagens onde diz que ELE quer adoração ou atenção exclusiva de seu povo. Diz que ELE não quer que seus adoradores se curvem a outros deuses, etc. Em outras palavras, podemos dizer que esse é o ciúme bom: quando nos preocupamos, zelamos por algo ou por alguém de forma equilibrada e bem medida. Afinal, reconhecemos a importância desse algo ou alguém e queremos que nada interfira negativamente nessa relação. Contudo, a dificuldade está em manter essa linha de pensamento e ação de forma não excessiva. E, como em absolutamente tudo nesta vida, o excesso sempre é prejudicial.

Entretanto, o ciúme, hoje é associado a algo que é ruim. O próprio significado hodierno de ciúme traz essa idéia: “Inquietação mental por suspeita ou receio de rivalidade, ressentimento invejoso contra um rival ou alguém mais bem sucedido ou possuidor de uma vantagem material, física ou intelectual”. Poderíamos parar por aqui, já que a definição por ciúme parece ser tão clara. Mas, vamos discorrer um pouco sobre esse tipo de ciúme.

A primeira sentença fala sobre a “inquietação por suspeita ou receio de rivalidade”. Se estamos falando de um relacionamento amoroso, seja o grau que for, vale lembrar uma passagem de Coríntios capítulo 13, em que Paulo diz que o amor “não suspeita o mal, não se comporta indecentemente”. Logo, se você ama, você deve confiar. Até que se prove o contrário. E se provado o contrário, pode não haver amor do outro lado. Então é melhor reavaliar essa situação. Receio de rivalidade: isso pode ser aplicado de forma mais abrangente, envolvendo também nossos relacionamentos de amizade. Essa história de querer ter toda a atenção, de não querer dividir seu par, seu amigo ou amiga, é de uma raiz egoísta e que pode também demonstrar o tamanho de tua auto-estima. Quanto mais baixa for, mais você terá medo de “dividir” com outros. A inquietação te tomará.

Agora, veja a segunda sentença: “ressentimento invejoso contra um rival ou alguém mais bem-sucedido ou possuidor de uma vantagem material, física ou intelectual”. Olhe o perigo. É bem diferente de uma admiração que pode até você querer se espelhar em outra pessoa, tendo-a como exemplo. Trata-se aqui de um ressentimento invejoso: inveja por que aquela pessoa é, aparentemente, mais jovem, mais bonita, mais feliz, porque tem uma família unida, porque tem um bom emprego, um bom relacionamento, porque pode ter algo que você não pode, porque se mostra bem sucedida, porque conseguiu o que você não conseguiu, e por aí vai...

Largue isso! Enquanto se fica nutrindo esse ciúme baixo e doentio, poderia olhar para si e começar a enxergar a pessoa maravilhosa que é: tuas habilidades e tuas virtudes que te fazem única! Erga tua cabeça e aumente tua auto-estima e, conseqüentemente, tua confiança também crescerá proporcionalmente. Não sufoque outros com uma coisa que deve ser trabalhada em você! Não queira entrar numa disputa desmedida numa tentativa de querer se mostrar mais e melhor. Lapide o teu “eu interior”. Busque o equilíbrio.

Afinal, o ciúme invariavelmente leva à ruína. Lembre-se disso.

Assim, tenha zelo, não ciúme.

 
Que o DEUS ZELOSO seja contigo e em ti, hoje e em todos os teus dias!

Yedidyah
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